terça-feira, 29 de setembro de 2009

Quem é que não gosta da Mafalda?

Escrevo este pequeno post para relembrar que, no dia 29 de Setembro de 1964, foi lançada a primeira tira de banda desenhada da Mafalda, do cartoonista Quino.

Sempre com as suas questões (im)pertinentes sobre o mundo que a rodeia, sobre a Humanidade e com a sua paixão pelos Beatles, Mafalda encantou muitas gerações.

Quem nunca leu, faça o favor e dê um vista de olhos nas livrarias!


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

"E" is for Edward who wrote this spooky book

Edward Gorey (1925-2000) foi um escritor e ilustrador americano, conhecido pelas suas histórias macabras e assustadoras. Entre as várias obras deste autor, Edward Gorey publicou em 1963 um livro chamado The Gashlycrumb Tinies ou After The Outing que, na minha opinião, tem uma scary cuteness associada. Através de 26 histórias diferentes, contando o fim trágico de 26 crianças, Edward associa cada conto de cada criança a uma letra do alfabeto, dando-lhe um toque sádico, mas divertido.

Aqui está um vídeo com uma montagem desta obra... Reparem que o autor faz rimas emparelhadas ao longo da sua história, o que faz com que a sua leitura fique com um ar de lenga-lenga infantil.


Atenção, não mostrem o vídeo a crianças... não vá uma delas ter o mesmo nome duma das pobres criancinhas de Edward, com um fim nada feliz...! (Muahahah)


domingo, 27 de setembro de 2009

sábado, 26 de setembro de 2009

Red as strawberries in the summertime



I was following the pack
all swallowed in their coats
with scarves of red tied ’round their throats
to keep their little heads
from fallin’ in the snow.
And I turned ’round and there you go
And, Michael, you would fall
and turn the white snow red as strawberries
in the summertime...

White Winter Hymnal, Fleet Foxes

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

"Are you ready to rumble?"

Um dia, em plena década de 50, um americano de brilhantina no cabelo, óculos escuros, blusão de cabedal e munido duma guitarra eléctrica, tocou algo que soou completamente diferente de todos os sons que alguma vez tinham saído duma menina de 6 cordas como aquela. Através do seu hit instrumental Rumble (editada em 1958), Fred Lincoln Wray Jr, ou Link Wray, nascido a 2 de Maio de 1929 na Carolina do Norte, tornou-se no "the godfather of the power chord".

Link Wray começou a sua carreira nos anos 50, formando uma banda com os seus dois irmãos, chamada Lucky Wray And The Palomino Ranch Hands e, a partir daí, foi sempre a subir, culminando numa formação final denominada Link Wray And His Ray Men.


Link Wray conseguiu captar a essência do som sedutor do blues, da rebeldia do rockabilly e da onda cool da música surf, criando uma música inagualável e distinta da que passava na rádio daquela altura. Temas como Rumble (já mencionada), The Shadow Knows, Jack The Ripper, Rawhide ou Apache (rementendo para a sua descendência índia) deliciaram e continuam a deliciar os ouvidos daqueles que seguem de perto a cultura rock'n'roll.


Para muita gente é um músico desconhecido, para outros é um dos guitarristas mais talentosos à face da terra. Link Wray foi um dos principais pioneiros do trilho que levou ao nascimento do rock'n'roll e é considerado o músico que fez a ligação entre os guitarristas de blues dos anos 60 e os masters da guitarra que apareceram posteriormente, como Jimi Hendrix, Jimmy Page ou Jeff Beck.


Escrevo este post para quem simpatiza e/ou vibra com este género musical, que nunca esqueçam as suas raízes, nunca esqueçam este grande senhor. Apesar de muitas vezes referirmos como guitarristas de renome o Jimi Hendrix, o Slash, o Pete Townshend, o Santana ou o Eric Clapton (atenção, não lhes tiro o mérito!), o "One-Lung Link" (apelido de Wray, por ter retirado um pulmão devido à tuberculose) influenciou vários artistas como Bob Dylan, Neil Young ou Marc Bolan.


A 5 de Novembro de 2005, Link Wray faleceu em Copenhaga devido a complicações cardíacas, deixando para trás a sua marca musical que nunca será apagada e que apaixonou muitos artistas.


A sua herança é incontestável e de louvar.


Para além dum vídeo da música Rumble, deixo-vos outro com uma das minhas músicas favoritas, The Shadow Knows.


Link Wray is still rumbling! (pelo menos na minha aparelhagem)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Fio dental

(Informo os leitores que este post não tem conteúdo erótico. O título foi escolhido propositadamente para que pessoas que pesquisem “fio dental” no Google, sejam direccionadas para aqui, e assim deixarmos de ter de pedinchar visitas a pessoas conhecidas para que o blog seja lido. Prevejo sucesso…)

Encontrei há tempos uma loja on-line chamada Fred Flare. Tem uma grande variedade de artigos: roupa feminina e masculina, artigos de cozinha, bijuteria, acessórios de moda, material de escritório… de tudo! E com um género a dar para o kitsch.


O único critério para constar no inventário, segundo os fundadores, é ser “cute”. Tudo o que a Fred Flare vende, umas coisas mais e outras menos, é “cute”. Na verdade, dá vontade de comprar tudo… ou quase tudo! Algumas sugestões bem originais...
As deliciosas borrachas de goluseima.








O sabonete com aroma a bacon!











Os palitos com sabor a algodão-doce.










A colecção de fios dentais com sabores a café, waffles, bacon, queques...











As originais carteiras e porta-moedas em forma de torrada, bacon, fatia de bolo...





A banana-telemóvel!










Uma máscara de dormir como a de Holly Golightly (Audrey Hepburn), em Breakfast at Tiffany's!










O telefone-hamburger igual ao de Juno!









Façam uma visita!

Nem tudo o que parece é. Ou tudo o que parece é. Fica ao vosso cargo.

Hoje, uma grande amiga minha deu-me a conhecer um fotógrafo que me captou a atenção e fascinou-me por completo. José Maria Rodríguez Madoz, mais conhecido por Chema Madoz, nasceu em Madrid em 1958. Já recebeu vários prémios: em 1991 ganhou o Prémio Kodak em Espanha e em 2000 ganhou três prémios (Prémio Nacional de Fotografia em Espanha, Prémio Higasikawa Overseas Photographer, no Higasikawa PhotoFestival no Japão e o Prémio PhotoEspaña).

O seu trabalho caracteriza-se pelas fotografias artísticas a preto e branco ou sépia. Mas mais do que a cor, este fotógrafo encara de forma diferente os objectos banais do nosso dia-a-dia, pessoas e paisagens que nos passam despercebidas, conjugando-os de forma única, distinta e sublime. O sentido óbvio das coisas pula para outro nível e a nossa perspectiva e reflexão sobre elas acompanha esse salto. Os pormenores dos seus trabalhos são incríveis. Madoz capta detalhes que, apesar de parecerem óbvios, nós não nos lembraríamos de os aplicar. Os objectos aparecem diante dos nossos olhos com outro significado, com outro humor, por vezes com um cariz paradoxal, despertando em nós novas sensações e exclamações como "Aaaah!", "Repara só o pormenor!", "Fantástico!", ...!

Para terminar, deixo-vos o link do site oficial deste artista que vale a pena ser visitado e, também, um vídeo com um pequeno cheirinho do seu trabalho, publicado online no site do jornal espanhol El País.
Um muito obrigada à Rita por me ter dado a conhecer Chema Madoz!

Poema sinfónico

Não, não conhecia este termo até há pouco tempo… chamem-me ignorante. Sim, é um conceito delicioso. Um poema sinfónico é uma peça de música orquestral única e contínua (o chamado movimento) na qual uma ideia extra-musical é descrita.

Pode ser um poema, um conto, uma paisagem, uma ideia, um estado de espírito, etc. É inspirado em qualquer coisa não-musical e que, aos olhos do compositor, valha a pena evocar, com a intenção de inspirar os ouvintes a imaginarem o que está a ser musicalizado.

Richard Strauss (não confundir com Johann Strauss, célebre pelas valsas vienenses) é um dos mais emblemáticos compositores de poemas sinfónicos. Todos já ouviram pelo menos parte de Also sprach Zarathustra (Thus spoke Zarathustra, 1896), inspirado no tratado filosófico de mesmo nome de Friedrich Nietzche, mas ninguém o ouviu sem sentir um arrepio, com certeza.

Trata-se da célebre música de abertura do mítico filme de Stanley Kubrick 2001: Odisseia no Espaço, no qual encaixa na perfeição.
Tod und Verklärung (Death and Transfiguration, 1889), composto quando tinha apenas 25 anos, é outro poema sinfónico de Strauss que admiro bastante. Descreve os pensamentos de um artista, no sei leito de morte, sobre a sua vida: a inocência de criança, a luta diária na vida adulta, a conquista de objectivos de vida. Recebe no fim a tão esperada transfiguração, “para o céu infinito”. Sessenta anos mais tarde, no seu próprio leito de morte, Strauss disse à sua nora – "It's a funny thing Alice, dying is just the way I composed it in Tod und Verklärung.” Oh céus…

No final de contas, é certo que o conceito de musicalizar algo não-musical não é nada de que não tenhamos ouvido falar. Estamos habituados a ele até na música moderna. No entanto considero-o, assim como o termo “poema sinfónico” das coisas mais fenomenais que existem. Ou é de mim?

Já dizia Friedrich Nietzche – “Sem música, a vida seria um erro”.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O ALF faz anos!

Há precisamente 23 anos estreou o primeiro episódio da sitcom televisiva ALF, na televisão americana. Criada por Paul Fusco, que deu também voz à criaturinha, esta série da NBC retrata o dia-a-dia de Gordon Shumway, um felpudo extra-terrestre mais conhecido como ALF – Alien Life Form – que aterra na garagem da família Tanner, vindo escapado do planeta Melmac antes da sua destruição. Só para recordar, os Tanner incluiam Willie Tanner, o pai e chefe de família,

Kate Tanner, mãe e dona de casa,

Lynn Tanner, a filha adolescente,


e Brian Tanner, o filho mais novo e cúmplice das brincadeiras de ALF.





Durante quatro temporadas esta série encheu as nossas casas (pelo menos a minha) através da RTP1 e deliciou a pequenada, e não só! Uma série marcante a relembrar neste dia.
(Em Portugal chamava-se ALF: O Extraterrestre, no Brasil ALF: o ETeimoso… )

"THE POWER OF CHRIST COMPELS YOU!"


Quem é que ainda nao viu o famosíssimo filme de terror, The Exorcist? Se ainda não viram, não têm nenhuma curiosidade em sentir os pêlos da vossa nuca arrepiarem-se enquanto Regan MacNeil desce as escadas de costas, a jorrar sangue pela boca? Ou a voz distorcida e cavernosa do demónio que possui esta doce miúda, gritando obscenidades? Pois bem, quem ainda não teve coragem de dar um saltinho ao clube de vídeo e alugar este filme, hoje é um bom dia. Hoje faz 9 anos que foi lançado o The Exorcist - The Director's Cut, que inclui algumas cenas que foram retiradas da versão "original" de 1973. Nomeado para dez Óscares e cinco Globos de Ouro, este filme não vos vai fazer adormecer no sofá... Mesmo que não sejam fãs de filmes de terror, como eu, vale a pena ver (ou recordar) esta pérola cinematográfica que se tornou num dos filmes de terror mais lucrativos da história da sétima arte. Os efeitos especiais não são os melhores comparando com filmes mais recentes do mesmo género. Porém, provavelmente sentirão que alguém está a observar-vos do canto da sala... Ou quem sabe, no quarto. Falo por mim.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Hoje é dia de compota da tia Pérola!

A dois anos dos vinte anos de carreira, os Pearl Jam já começaram as comemorações com reedição e remasterização do primeiro e fenomenal álbum, Ten (1991). Somam diScos, fama e adiquiriam um estatuto que poucas bandas conseguem.

Desde Ten até ao Backspacer - novo albúm disponível a partir de hoje -, a banda de Seattle foi amadurecendo, passando de um grunge crú a um rock mais pensado e intervencionista.

Backspacer é sem dúvida um album a explorar, direccionado para fãs ou para simples curiosos que queiram descobrir a que soa uma banda adulta e intemporal.



(Críticas acerca do álbum virão em breve, quando o comprarmos legalmente! :D)


Molly Dee & Nina Lou

Beware the wolf! ou O meu novo vício ou Patrício Lobo

Não sei bem porquê, parece-me sempre muito pseudo-intelecto-alternativóide quando músicos explicam o seu género como uma mistura de quinhentas mil e uma coisas, difícil até para eles de descrever. No entanto, no caso de Patrick Denis Apps, mais conhecido como Patrick Wolf, vejo-me na obrigação de o fazer.

É conhecido precisamente por ter um estilo “romantic-folk-indietronico-rock-alternativo-folktronica-techno-pop”, ou seja, uma mistura de quinhentas mil e uma coisas. Na variedade do seu som o que mais aprecio é a mistura entre sons electrónicos e instrumentos clássicos, que combinados de infinitas formas resultam em músicas muito diferentes umas das outras, mas todas com o inconfundível toque do “Patrício”.

Só tem 26 anos, mas já editou quatro álbuns de estúdio e tem mais um a caminho para 2010. The Magic Position (2007) e The Bachelor (2009) são os únicos sobre os quais me posso, para já, pronunciar… e são soberbos! O primeiro é descrito pelo próprio como mais “pop-oriented” que os dois anteriores, e são de destacar Magpie – dueto com Marianne Faithfull –, a poderosa Accident & Emergency e Bluebells.

Quanto ao segundo destaco, obviamente, o novo single Hard times, Thickets e Theseus. Este último álbum surpreendeu-me pelos sons “elvish” muito bem conseguidos através dos violinos e flautas em muitas das faixas e mesmo até através do próprio sotaque britânico.
Definitivamente, merece muita atenção dos nossos ouvidos.

You bloggin' to me?

Cidade de Nova Iorque, clima pós Guerra do Vietname. As ruas encontram-se corroídas pelo crime, semblantes estranhos, esquinas perigosas, droga, prostituição e assaltos. Travis Bickle, um taxista determinado em terminar com a criminalidade citadina, inicia um diálogo com ele mesmo em frente ao espelho, ensaiando um possível confronto que sirva de pretexto para disparar a sua arma.

"You talkin' to me? You talkin' to me? You talkin' to me? Then who the hell else are you talkin' to? You talkin' to me? Well I'm the only one here. Who the fuck do you think you're talkin' to?"

Taxi Driver (1976), um filme realizado por Martin Scorsese e um marco cinematográfico que lançou Robert De Niro no mundo do cinema e que já nos levava a crer que este homem não era um simples actor. A cena mais famosa do filme, o monólogo de Bickle, foi algo que não se encontrava escrito no guião, algo que Robert De Niro improvisou, reflectindo a qualidade e magnificência deste actor.

Tal como De Niro fugiu ao guião, improvisando, este blog também fugirá um pouco ao "guião", não seguindo um padrão específico. O objectivo será publicar críticas, anúncios de filmes antigos e recentes, música de diferentes géneros, eventos culturais, elementos da cultura vintage e do conceito kitsch, etc. Um blog relaxado, sem regras, aberto a críticas, criado apenas para divulgação daquilo que capta a atenção dos seus fundadores no seu dia-a-dia comum, banal, como qualquer outro.