quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Eu vou, eu vou, p'ra casa agora em vou...

As canções de trabalho acompanham desde sempre as civilizações. Mais conhecidas como work songs, estas canções são basicamente pequenas cantilenas cantadas a capella por trabalhadores, desde marinheiros a lenhadores, passando por prisioneiros e cowboys…

O objectivo é simples: sincronizar tarefas, protestar contra alguma situação, ou simplesmente tornar o trabalho menos monótono.
Pensa-se que as canções de trabalho existam desde sempre, que todas as sociedades tendam a criar estas canções.

Foram as canções de trabalho afro-americanas, originalmente desenvolvidas na era da escravatura para levantar a moral dos escravos e mantê-los a trabalhar em ritmo, que deram origem ao Blues e à música Gospel. Fizeram, assim, parte não só da música mas também da história dos Estados Unidos da América.

Estas canções estão ainda presentes na actualidade. Por exemplo, Black Betty é uma das work songs que mais versões originou, nomeadamente a versão dos Ram Jam (1977) que é, na minha opinião, uma das melhores músicas rock de sempre. Black Betty foi pela primeira vez gravada por James Baker aka Iron Head (na foto à direita), um prisioneiro de uma penitenciária do Texas, juntamente com um grupo de outros prisioneiros, em 1933.











Outro exemplo de uma work song “relembrada” actualmente é Sometimes de Bessie Jones (na foto à esquerda), que foi usada por Moby para a sua música Honey.












As gravações destas duas músicas, e de muitas outras work songs, no seu tempo, devem-se a Alan e John Lomax, filho e pai respectivamente, musicólogos do início do século XX.

Património Musical.


4 comentários:

Molly Dee disse...

EXCELENTE, NINA! Sem dúvida um dos posts mais interessantes até hoje escritos neste blog!

Nina Lou disse...

Aiii! Obrigadíssima, meu anjo! **

El Perro Danado disse...

Muito bom Nina!

Nina Lou disse...

Obrigada! :D