World Press Photo é uma organização sem fins lucrativos com sede na Holanda que foi fundada em 1955. O principal objectivo desta organização é encorajar a fotografia de imprensa de alto nível, sendo que as actividades promovidas passam por workshops, seminários, masterclasses... Mas todos conhecemos a World Press Photo pelo maior e mais prestigiado concurso anual de fotojornalismo.
As fotografias premiadas são expostas em cerca de 100 cidades de 45 países por todo o mundo. Para quem ainda não teve oportunidade, pode apreciar as imagens vencedoras no Fórum da Maia (como todos os anos) até dia 13 de Dezembro.
Ficam aqui exemplos de algumas das minhas favoritas.
Depois de cancelarem o concerto de dia 11 de Julho no SuperBock SuperRock 2009, eis que os Depeche Mode nos regalam com a sua tão esperada presença. E, claro está, este blog não poderia deixar passar tal acontecimento ao lado.
Foi no passado sábado dia 14 de Novembro, que Dave Gahan, Martin Gore e Andrew Fletcher deram o ar da sua graça num Pavilhão Atlântico esgotadíssimo, repleto de fãs (alguns expectantes, outros ainda sentidos pelo cancelamento do show anterior) de todas as idades e feitios.
Para escolher a banda de abertura, a Nokia organizou uma votação na qual incluiu nomes como Taxi, Gomo, Mundo Cão, You Should Go Ahead, Os Golpes, The Weatherman… Gomo foi o artista escolhido, solução que, na nossa opinião, terá sido um pouco inapropriada. Mas adiante.
Pouco depois da curta actuação de Gomo, a sala é iluminada pelo casaco de lantejoulas prateado de Martin Gore, seguido dos restantes elementos. Choveram aplausos e assobios ensurdecedores, berros e cantilenas vindos de lá de dentro, como se costuma dizer. Começa então a ouvir-se a primeira música: In Chains, que é também a primeira faixa do novo álbum Sounds Of The Universe, acompanhada por um fabuloso vídeo no gigantesco ecrã de fundo. O contentamento já seria imenso se o ecrã passasse aquele mesmo vídeo durante todo o concerto, mas claro que os Depeche Mode não ficariam por ali. Os vídeos e efeitos de luzes do ecrã, que mudavam a cada música que tocavam, fizeram do concerto um espectáculo memorável, aguçando o apetite dos espectadores para ver que vídeo se iria seguir. Com toda a certeza, todos os que lá estiveram irão sempre lembrar-se do corvo e do seu olho de todas as vezes que ouvirem Walking in My Shoes. O alinhamento foi composto por músicas novas, incluindo o single Wrong, pelo meio de grandes clássicos como It’s No Good, Never Let Me Down Again, Home, Enjoy The Silence… e o mítico e sempre poderoso Personal Jesus para fechar.
O público foi atravessado por sensações tão diferentes e de tal maneira intensas, que nem o mais completo artigo é capaz de descrever o que lá se passou. Dave sempre enérgico, com a sua voz vibrante, percorrendo todo o palco com as suas danças exuberantes, a transpirar jovialidade deixando pouco visíveis os seus 47 anos. Martin com a sua voz fantástica, que partiu o coração de todos com as músicas Sister of Night e Home. E Andrew que fez magia com os sintetizadores.
Faltaram músicas como Strangelove, Shake The Disease, Just Can’t Get Enough, Master And Servant, Martyr… o historial desta banda já é imenso, ainda por cima com tanta coisa boa… Mas, como se costuma dizer: dão-nos um dedo, mas nós queremos logo o braço todo!
Pelo menos, chegámos à conclusão de que valeu a pena esperar e trocar as condições de um concerto num estádio pelas de um concerto no Pavilhão Atlântico.
Obrigado Depeche Mode, pelo concerto inesquecível!
Deixamos aqui umas pequenas amostras da data memorável.
As canções de trabalho acompanham desde sempre as civilizações. Mais conhecidas como work songs, estas canções são basicamente pequenas cantilenas cantadas a capella por trabalhadores, desde marinheiros a lenhadores, passando por prisioneiros e cowboys…
O objectivo é simples: sincronizar tarefas, protestar contra alguma situação, ou simplesmente tornar o trabalho menos monótono. Pensa-se que as canções de trabalho existam desde sempre, que todas as sociedades tendam a criar estas canções.
Foram as canções de trabalho afro-americanas, originalmente desenvolvidas na era da escravatura para levantar a moral dos escravos e mantê-los a trabalhar em ritmo, que deram origem ao Blues e à música Gospel. Fizeram, assim, parte não só da música mas também da história dos Estados Unidos da América.
Estas canções estão ainda presentes na actualidade. Por exemplo, Black Betty é uma das work songs que mais versões originou, nomeadamente a versão dos Ram Jam (1977) que é, na minha opinião, uma das melhores músicas rock de sempre. Black Betty foi pela primeira vez gravada por James Baker aka Iron Head(na foto à direita), um prisioneiro de uma penitenciária do Texas, juntamente com um grupo de outros prisioneiros, em 1933.
Outro exemplo de uma work song “relembrada” actualmente é Sometimes de Bessie Jones (na foto à esquerda), que foi usada por Moby para a sua música Honey.
As gravações destas duas músicas, e de muitas outras work songs, no seu tempo, devem-se a Alan e John Lomax, filho e pai respectivamente, musicólogos do início do século XX.